quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Rescaldo

Aqui em casa sabem que não morro de amores pela polícia. São cenas antigas, "quase traumas de infância" que ficaram dos tempos das lutas laborais. Nunca me hei de esquecer de uma noite de 22 de janeiro em que a "bosta da bófia" mandou 18 colegas com salários em atraso (como eu), para as urgências de S. José. Tenho dos agentes policiais a ideia de que são parte da sociedade e, como tal, sofrem das mesmas lacunas de um país sobre o qual já os romanos diziam, que nem se governa, nem se deixa governar. Hoje um agente terá, seguramente, a escolaridade obrigatória. Mas isso têm quase todos os cidadãos que cospem no chão, que estacionam em cima dos passeios e das passadeiras e, portanto, não se pode exigir muito de alguém que está muito perto de ser culturalmente analfabeto. No entanto, ou "mas", porque todas as facetas da vida têm um "mas", considero deplorável as ações desenvolvidas por alguns setores da sociedade, incluindo gente com responsabilidade política pagos por nós, contra a atuação da polícia nos chamados bairros problemáticos. Gente facciosa, cujas ações fundamentalistas parecem ter o propósito de branquear atitudes criminosas por parte de grupos ditos minoritários que afrontam a autoridade legal de um país que os acolheu e tudo lhes dá. Enfim, os "desgraçadinhos" do costume que não têm com que comprar os bens essenciais, apresentando-se, no entanto, com as mais variadas tecnologias de última geração, conseguidas sabe-se lá como.
Acho deplorável porque, ao colocarmos em causa a autoridade policial, corremos o risco de um dia a polícia ao alinhar pelo "tassecagandismo" nacional, comece a responder aos apelos dessas comunidades, com a atitude laxista de quem só vai fazer o rescaldo da situação.
Não deixava de ter piada - ou não - que ao serem chamadas aos ditos bairros problemáticos, as forças policiais acorressem calmamente, de modo a chegarem aos eventos depois das rixas terem terminado.
Estou mesmo a imaginar as comunicações entre a esquadra e o carro patrulha:
- Alô patrulha, daqui fala a central. Como é que estão as coisas por aí?
- Está tudo bem, muito calminho e sem problemas.
- Há vítimas a registar?
- Pouca coisa. Só cerca de cinquenta civis mortos.
- Okay, então vão escolhendo um terreno para abrir a vala, que a retroescavadora já vai a caminho. 😂😂😂

3 comentários:

  1. O problema reside nesses fundamentalismos que cegam, toldando o discernimento e a capacidade de analisar as situações com imparcialidade.
    Toda esta ocorrência é bastante delicada :/

    r: Sinto que tudo depende da forma como interpretamos o que lemos.
    Tu boa pessoa? Tenho dúvidas :p ahahahah (brincadeira)

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  2. E o problema está exatamente em quem tem o queijo e a faca na mão! São piores que os outros, mas enfim...

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