terça-feira, 29 de maio de 2018

Ela deixa-me "a bater mal"

As arrumações da minha Maria, no frigorífico e nos armários da cozinha, têm em mim o mesmo efeito psicológico daquelas escadas com um degrau de cada tamanho. Às vezes vamos almoçar a um restaurante a 30 quilómetros de Lisboa e para ir do estacionamento ao restaurante, tenho que atravessar um jardim com umas escadas dessas. Aquilo não são bem escadas. Como o terreno é inclinado, meteram umas lajes a fazer de degraus. Não há um dia que eu lá passe que não diga: a vontade que me dá, é agarrar no cabrão que fez esta merda e enterrá-lo vivo debaixo duma laje destas eheh.
Com as arrumações da gaja, é o mesmo. Passo-me dos carretos cada vez que vou tirar um "tamparuero" e começa tudo a cair. No frigorífico, se eu andar uns dias distraído, quando dou por ela, a gaja tem o frigorífico cheio de espaços vazios. Mete as coisas pequenas atrás de coisas grandes e não é capaz de organizar o espaço. Um dia abalei a resmungar e fui ao chinês comprar tabuleiros para meter coisas, mas basta ela ir lá duas vezes e fica tudo de pantanas.
Ainda agora fui comprar três cenas de vidro para aquecer a sopa. Não gosto de meter os "tamparueros" de plástico no micro-ondas, porque ficam amarelos e os que temos de vidro, estão feios de serem lavados na máquina e têm os bordos cheios de falhas e eu detesto coisas de vidro com falhas.
Pois quando os fui arrumar, tive de andar a mudar coisas de sítio e a arranjar "engenhocas" para quando vou abrir o armário não me cair tudo ao chão.
Ela guarda tudo e depois anda sempre a queixar-se de falta de espaço.
- Opá, tu não tens falta de espaço. Tens é que deitar coisas fora.
Aqui há tempos apanhei-me sozinho em casa e enchi uma caixa do IKEA de trastes. Era uma chávena de cada raça; uma data de pires sem chávena: canecas que nem imagino como vieram parar cá a casa; copos de cada nação... sei lá que mais. Sei é que peguei naquela merda e meti tudo no vidrão. Faziam cá tanta falta, que já passaram mais de dois anos e a gaja ainda não deu por falta de nada. eheh
Logo, chega a casa e começa a olhar pra mim com ar de superioridade e com piadinhas do género: "andas sempre a inventar". Mas se não fosse eu inventar, isto parecia a casa daquelas pessoas que têm o vício de acumular coisas até já não se poderem mexer.
Ela admira-se quando lhe pergunto? Andaste a mexer aqui, não andaste? É que onde ela mete as mãos, deixa uma pegada maior do que as pegadas de dinossauro.  

2 comentários:

  1. Não falta animação nessa casa ahahah

    r: Ora nem mais, não diria melhor!

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  2. Bom a seguir se tiveres um tempinho vem até à minha cozinha, pode ser que consigas pôr alguma ordem nisto :)))

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