quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Não vou a manifs...

... mas contribuo à minha maneira para preservar a "saúde" do Planeta.


Um dia, há cerca de 30 anos, tinha tirado a tarde para dar um passeio com a minha filha, junto ao Tejo (onde agora existe o passeio marítimo de Algés) e foi aí que, pela primeira vez me apercebi da praga que são os cotonetes. Numa faixa do rio com cerca de dois metros de largura, era impossível ver a água, coberta que estava com uma camada de cotonetes.
A partir desse dia, nunca mais vi tais objetos com bons olhos. Em boa verdade, nunca fui um utilizador frequente de cotonetes. Lembro-me de que quando a minha filha era bebé, já havia, da parte dos médicos, avisos quanto à utilização de contonetes que, mal utilizados na limpeza dos ouvidos, têm um efeito pernicioso, empurrando a cera para o interior do ouvido, em vez de a remover.
Portanto, cotonetes sim, mas nunca para tirar cera dos ouvidos.
Uma das poucas utilizações que dou aos cotonetes, é a aplicação de Betadine nas feridas. E nunca, NUNCA, deito os cotonetes na sanita. No lixo também terão os seus inconvenientes, pois ao serem incinerados, "esfumam-se" em gases tóxicos e acabam por contribuir para nos dar uma morte macaca. Mas deitados na sanita, vão parar aos oceanos e, que eu saiba, os peixes não precisam de limpar os ouvidos.
Porém, nas últimas semanas tenho tido necessidade de usar Betadine nas queimaduras da remoção, a laser, dos malfadados sinais da face e da mão. Ainda pensei em métodos alternativos, mas acabaria por enrolar um pouco de algodão num palito, ou coisa parecida e, em feridas abertas, quanto menos manuseamento, melhor. Assim decidi usar os cotonetes mas, como só necessito de um dos lados, corto-os ao meio (ver imagem) e um dá para duas aplicações. E, pelo amor da santa, não me chamem sovina, pois o custo de uma caixa de cotonetes, não dá para fazer grande poupança. O que eu faço, na realidade, é poupar um pouco o ambiente. Se eu posso usar o cotonete duas vezes, é menos um cotonete por dia a contaminar o Planeta. Com certeza que não é o meu cotonete que vai salvar o Planeta, mas se metade dos utilizadores de tais objetos tivessem um pouco de consciência cívica e fizessem o mesmo, então sim, seriam umas toneladas de cotonetes a menos nas incineradoras e nos oceanos.
É verdade que não vou a manifestações hipócritas, mas além deste exemplo que aqui deixo, também não deito beatas para o chão (até porque não fumo, nem ando a empurrar velhinhas à saída da igreja), não atiro com as garrafas vazias pela janela do carro em andamento (nem parado lol) e se não sou tão rigoroso na separação do lixo, como os senhores do "Minuto Verde", tenho três caixotes em casa (um para garrafas, outro para papel e cartão e um terceiro para o lixo da cozinha). Talvez não cumpra a 100%, mas garanto-vos que faço muito mais do que anuncio.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Viver é como andar pelos intervalos da chuva

Ontem não consegui dormir. Hoje tinha mais uma pequena cirurgia (à mão) e esperava o resultado das biopsias. O stress do último mês e meio, mais o que vinha a acumular desde abril, deitou-me abaixo.
Hoje tirei o último sinal, o tal que tinha mudado de cor. Estava tudo bem. Os três sinais eram benignos.
Por volta das 10 horas cheguei a casa com ideia de ir caminhar, mas sentia-me tão exausto, que voltei a vestir o pijama, fechei as persianas e dormi o resto do dia.

Tinha decidido não publicar a imagem, se fosse maligno. Mas não é.
Foi este filho da mãe que me assustou. Os outros (na face e nariz) eram apenas marcas rosadas, que mais pareciam impinjas, que são lesões provocadas por fungos. Mas eram marcas do sol.
Este, pelo contrario, tinha começado a mudar de cor (no centro) o que fez soar as campainhas de alarme.

Voltei a passar pelos intervalos da chuva.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Perde-se aqui, ganha-se ali...

Com a retirada das florestas do ministério da agricultura, a nova ministra pode queixar-de de perder pau, mas fica com mais tempo para dedicar aos tomates.

Quem tem telhados de vidro... sujeita-se a acordar com um corno partido

Mário Nogueira (FENPROF) critica a continuação de Tiago Brandão Rodrigues à frente do ministério da educação, quando ele próprio (Mário Nogueira) está há tantos anos à frente da FENPROF que se ainda não ganhou raízes, é porque não é boa cepa. Entre o ministro e ele, se o primeiro já devia ter-se reformado da política, o outro já devia estar num asilo.
Um dos argumentos do dono da FENPROF, é o de que este ministro nunca conseguiu dialogar com os sindicatos afetos à FENPROF.
Ora, como diz o povo e com razão, "são precisos dois para dançar o tango". Por isso é legítimo perguntar se foi o ministro que não conseguiu dialogar com Mário Nogueira, ou se foi Mário Nogueira que não conseguiu dialogar com o ministro. Se calhar ambos deveriam assumir a culpa em partes iguais.

Eu sou pai de uma professora e, por isso, insuspeito para falar nestes termos. Mas se há coisas que me chateiam no sindicalismo, é perceber que os sindicatos alinham a sua agenda reivindicativa pela agenda política dos partidos a que são afetos. No caso da FENPROF, é notório que o "camarada Jerónimo é quem diz ao aluno Mário Nogueira quando deve fazer barulho e quando deve ficar calado.
Assim torna-se difícil perceber quando é que os sindicatos estão a defender o interesse dos trabalhadores, ou a defender o interesse dos partidos políticos.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Cuidado com a pontuação

Hoje em dia muita gente usa o smartphone para aceder às redes sociais, porém a pontuação e a acentuação, nestes dispositivos fica dificultada, pelo que a maioria dos utilizadores estão a perder um hábito que nunca tiveram (escrever corretamente lol) e deixa ao critério dos leitores a escolha de tentar perceber o que escreveram, ou partir para outra e cagar nos batoteiros. Eu faço-o muitas vezes. Não me considero um ás da escrita, mas faço por escrever como mandam as regras e não estou para perder tempo a decifrar o que muitos indígenas vão deixando nas redes sociais.
O texto que já tinha publicado no post anterior, é um bom exemplo de que colocar a pontuação faz a diferença na interpretação daquilo que queremos comunicar ao mundo.


sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Resolvam...

Especialmente para aquelas pessoas que escrevem nos smartphones e acham que a pontuação dá muito trabalho e não tem importância nenhuma, resolvam esta charada, que já tem barbas, mas continua atual.
Amanhã (ou quando me apetecer lol), ponho aqui a solução que, como já devem ter adivinhado, se resume a colocar a pontuação corretamente.
Quem acertar ganha uma viagem à Madeira. A nado. 😀


quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Condução e ansiedade

É um facto que condução e ansiedade juntas, são duas coisas que têm tudo para dar mau resultado, mas não é de acidentes rodoviários que hoje venho falar. Vou, somente, recorrer à analogia entre as duas como forma de desabafo.
Aprendi a conduzir primeiro em mota e só mais tarde é que comecei a conduzir máquinas de quatro rodas. Por isso, devido à minha experiência, estou ciente de que qualquer cidadão ou "cidadona", antes de obterem a carta de condução, deviam fazer um tirocínio em duas rodas. De preferência de inverno, para perceberem o perigo que é travar em curva. Penso nisto cada vez que vou atrás de uma "abécula" que faz uma curva com as luzes de stop acesas, sinal de que vai a travar. E se a curva for a descer, mais eles/as travam. De mota, sobretudo com piso molhado, travas na curva e estás logo a "malhar" com o corpinho no alcatrão.
E agora perguntam vocês: que raio é que isto tem a ver com a ansiedade (tem a ver e não, como dizem em vocabulário futebolês, "tem a haver")?
Tem a ver que se todas as pessoas fossem "condenadas" a viver um período das suas vidas com uma carga de ansiedade razoável, talvez deixassem de dar palpites no modo como elas acham que um ansioso deve controlar a ansiedade.
É que eu estou cansado se ser visto como um ser chegado de Marte, quando atravesso os meus períodos de maior ansiedade. O que me dizem, em nada contribui para baixar os meus níveis de adrenalina. Pelo contrário, contribuem mais para aumentar a ansiedade. Se já tenho um "problema" que me está a deixar ansioso, para quê juntar-lhe mais combustível? Será que as pessoas acham que sinto prazer naquela dor no peito que se agrava com a ansiedade?
- Um dias hás de morrer por causa dessa mania de sofrer por antecipação.
Mas isto não é mania. Eu não decido quando e porquê vou ficar ansioso.
- Olha, está a apetecer-me ter um ataque cardíaco. Deixa-me lá ficar ansioso.
Não é assim que funciona e é escusado darem-me dicas porque não sou eu que decido quando vou ficar ansioso. É a puta da vida que decide.

A propósito: hoje só me "operaram" as duas lesões na cara (uma na face, outra no nariz). Ao sinal ranhoso da mão, só me fizeram uma biopsia. Só no dia 23 (de hoje a duas semanas), é que decidem o que fazer. O que, na prática, representa mais duas semanas de ansiedade. Não fui eu que escolhi. Se me tivessem dado à escolha, acreditem que tinha escolhido um pontapé nos tomates todos os dias antes do pequeno-almoço.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Falta pouco

É amanhã que vou fazer a pequena cirurgia de que falei outro dia, para a remoção de algumas marcas provocadas pelo sol. Ando meio apático, mas não estou com medo. Pelo menos aquele medo que provoca calafrios, que já senti noutras ocasiões. Estou apreensivo, sobretudo com o sinal da mão, que tem vindo a mudar de cor e tem um aspeto pouco amigável. Estou consciente do risco que este tipo de sinais representa, mas continuo estranhamente calmo e com aquele sentimento de impotência de que ninguém foge ao seu destino.
Amanhã é só a cirurgia e não sei quanto tempo vou esperar pelos resultados da anatomia patológica, os únicos que podem dizer o preço a pagar por caminhar ao sol, estupidamente, nas horas em que os UVs são mais intensos.
Seria uma grande maldade, depois de sobreviver quase 15 anos ao cancro do pulmão, ser impedido de chegar aos tão almejados 500 anos de vida, por um filho da puta de um sinal.
Resta-me a consolação de que os últimos 15 anos já não eram meus. Foi um empréstimo...

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Heróis do mar, nobre povo, nação valente...

Portugal é um país com tendência para valorizar o supérfluo e o fútil, mas esquece as pessoas que são, realmente, os verdadeiros motores que levam esta merda para a frente.
Por exemplo: um atleta de uma modalidade qualquer, às vezes só conhecido das pessoas lá do bairro, ganha uma medalha de cortiça e é logo promovido a herói nacional e recebido de braços abertos em Belém, pelo “Zé das Medalhas” (Marcelo). A justificação mais comum é a de que estes atletas são os nossos embaixadores no estrangeiro e levam o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo.
É verdade, mas os trolhas também espalham o nome de Portugal por esse mundo fora e quem leva as medalhas e as condecorações, são os atletas e o caloteiro do Joe Berardo.
Os atletas passam a vida numa lamuria que chega a ser aviltante para quem trabalha. Sempre a queixarem-se de que o Estado não ajuda.
Meus amigos, o Estado nunca ajuda quem trabalha. Querem ajudas, vão para a bicha, porque os primeiros lugares de acesso ao RSI, estão reservados aos ciganos, essa gente trabalhadora e honrada que tanto contribui para o desenvolvimento do país.
Há dias assistimos a cenas inusitadas protagonizadas por um atleta que, emocionado e com voz trémula de Greta Thunberg, se orgulhava de ter ganho uma medalha aos 43 anos.
- Tenho 43 anos e ainda aqui ando.
Pois é, meu caro marchante, então e os milhares de trabalhadores que ainda aqui andam quase com 67 anos, à espera de ganharem o direito a uma reforma de miséria? A esses, que fazem todos os dias uma maratona de 9 horas por um salário muitas vezes inferior a 600€, ninguém se lembra de dar medalhas nem comendas.

Não quero com isto desvalorizar o esforço dos atletas, mas ser atleta é uma opção; ser trabalhador é uma questão de sobrevivência.
Estas situações lembram-me sempre a anedota daquele bêbedo que entrou na taberna, apontou para os outros clientes e disse:
- À minha esquerda são todos cabrões. À minha direita, são todos paneleiros.
Quando um freguês, indignado com aquela classificação, reclamou, o bêbedo respondeu-lhe:
- Amigo, se não está bem desse lado, mude-se para o outro.

Se queres ser bom, morre ou ausenta-te

″Senador″ e ″aliado″: As reações à morte de Freitas do Amaral - JN

Sem qualquer conotação política à direita ou à pessoa de Freitas do Amaral, desejo apenas que descanse em paz.

Seria fácil tecer elogios hipócritas à figura algo controversa que foi em vida, mas isso é o que fazem todos, desde os aliados de circunstância, aos imbecis que lhe ficaram a dever a existência política e até os que nunca lhe pagaram as despesas da campanha eleitoral de 1986.

Diz a sabedoria popular:
Se queres ser bom, morre ou ausenta-te.