terça-feira, 28 de julho de 2020

Só para não deixar morrer "isto"...

Outro dia partilhei esta música, mas na versão original dos Deep Purple, com o David Coverdale ainda nos Deep e com 20 anos.

Hoje partilho a versão de 2015, dos Whitesnake, na mesma com a voz (já mais curtida pelos anos) de David Coverdale que, para quem não sabe, integrou as duas bandas (Deep Purple e Whitesnake).

Suponho - não tenho a certeza, nem me apetece pesquisar - ser ele o autor do tema. Nem faria sentido que não fosse, ou não estaria aqui a cantar uma versão "acústica", com a sua banda atual.

Este "rapaz", que julgava ser mais velho, nasceu em setembro de 51 (tem só mais seis meses do que eu).

A música é linda e em conjunto com o poema, é de fazer chorar as pedras da calçada. 



quarta-feira, 22 de julho de 2020

Parece que foi ontem

Hoje fazemos 42 anos de casados. Parece que foi ontem.

Teremos o casamento perfeito?
Não há casamentos perfeitos. Há casamentos por amor em que duas pessoas têm mais probabilidades de se darem bem, do que se o casamento for por outro motivo qualquer.
Porque é que o nosso já dura há 42 anos e o de muitos dos nossos amigos terminou passados poucos anos (ou meses)?
Não sei responder a esta pergunta. Não foi, certamente, por qualquer um de nós se deixar subjugar pelas ideias do outro. Pelo contrário: passados 42 anos continuamos a ter muitas divergências e temos discussões acesas. Mesmo muito acesas. Nenhum de nós perdeu a identidade com o casamento. Nenhum de nós acredita naquelas tretas de que depois do casamento passamos a ser o 2 em 1. Nós éramos seres individuais e continuamos a sê-lo. Nenhum de nós entende que o outro deve mudar para agradar ao outro e nenhum de nós tem a pretensão de fazer o outro mudar, até porque isso não faria sentido. Se nós nos apaixonamos por uma pessoa, com todos os defeitos e virtude que a pessoa tem, não é normal depois de casarmos queremos que a pessoa mude. Não podemos exigir à pessoa por quem nos apaixonámos, que se transforme na versão mais recentes do telemóvel que comprámos no ano passado.
Não tenho uma explicação, nem acredito em casamentos perfeitos. Nós é que vamos fazendo do nosso casamento o casamento perfeito, à medida que vamos tendo capacidade de resolver os problemas da vida.
Não casei com ela por ser a miúda mais gira do baile. Não casei por ela me ter caído do céu aos trambolhões quando eu não tinha onde cair morto. Casei com a mulher por quem me apaixonei e se alguém tiver dúvidas, nunca tive necessidade de procurar fora de casa o que nunca me faltou em casa.

domingo, 5 de julho de 2020

O Sul já não é dos mouros desde D. Afonso III

Não percebo tanta admiração por ser na região da Grande Lisboa que se regista o maior número diário de infetados pela COVID-19, se é aqui que vem parar tudo.
Já no início da década de 70 do século XX, quando comecei a trabalhar numa empresa sediada na zona do Poço do Bispo/Braço de Prata, se dizia que o pessoal vinha do Norte no comboio rápido e em Marvila saltavam em andamento e iam cair todos no bairro chinês, um bairro de barracas em que os esgotos corriam pela rua e que, mesmo no tempo da repressão fascista, não era qualquer polícia que arriscava lá entrar.

Atualmente a Grande Lisboa tem o maior enclave africano do país (Amadora), de onde partem, todas as madrugadas, em autocarros e comboios sobrelotados, ordas de empregadas de limpeza e trabalhadores da construção civil que, por sua vez, deixam na cama manadas de crias sem educação que recebem a PSP à pedrada e que não estão dispostos a cumprir as mais elementares regras de civismo.

Os verdadeiros lisboetas, os "alfacinhas de gema", há muito que não existem. O que existe são cerca de 3,5 milhões de habitantes nos subúrbios, muitos dos quais ainda são descendentes dos tais "pára-quedistas" que saltavam do comboio e aterravam em Marvila e que só depois da chegada da pandemia é que descobriram que água e sabão não servem só para fazer bolhinhas.