Já no início da década de 70 do século XX, quando comecei a trabalhar numa empresa sediada na zona do Poço do Bispo/Braço de Prata, se dizia que o pessoal vinha do Norte no comboio rápido e em Marvila saltavam em andamento e iam cair todos no bairro chinês, um bairro de barracas em que os esgotos corriam pela rua e que, mesmo no tempo da repressão fascista, não era qualquer polícia que arriscava lá entrar.
Atualmente a Grande Lisboa tem o maior enclave africano do país (Amadora), de onde partem, todas as madrugadas, em autocarros e comboios sobrelotados, ordas de empregadas de limpeza e trabalhadores da construção civil que, por sua vez, deixam na cama manadas de crias sem educação que recebem a PSP à pedrada e que não estão dispostos a cumprir as mais elementares regras de civismo.
Os verdadeiros lisboetas, os "alfacinhas de gema", há muito que não existem. O que existe são cerca de 3,5 milhões de habitantes nos subúrbios, muitos dos quais ainda são descendentes dos tais "pára-quedistas" que saltavam do comboio e aterravam em Marvila e que só depois da chegada da pandemia é que descobriram que água e sabão não servem só para fazer bolhinhas.
Com tanta gente, acaba por ser um bocadinho inevitável
ResponderEliminarNão são os únicos que contribuem para o elevado número de infectados.
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