quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Só vou ter descanso quando morrer

Passei os três meses de verão num stress "filhadaputa" porque, no hospital, uma doutora de aviário me mandou fazer um exame aos ossos e me assustou com a possibilidade de ter que fazer uma biopsia à coluna. A seguir meteu baixa e deixou o meu processo "na gaveta", sem dar cavaco a ninguém. Andei tão desorientado, que nem conseguia controlar a fome e, consequentemente, a diabetes.
Felizmente o problema resolveu-se, passados três meses, com um telefonema e uma consulta, mas a minha vida continua a ser um carrossel, um sobe e desce constante.
Em meados de agosto fui ao meu médico de clínica geral. Uma consulta de rotina em que aproveitei para lhe mostrar uma lesão cutânea que me apareceu há cerca de um ano, logo abaixo do olho esquerdo e um ligeiro descamar na cana do nariz. Não tem muito mau aspeto - parece mais um "ataque" de um fungo - mas o médico não gostou e deu-me uma ensaboadela por eu fazer quilómetros a caminhar ao sol, sem proteção. Só há cerca de um ano é que comecei a usar boné e este verão deixei de caminhar a seguir ao almoço, nas horas em que a radiação é mais forte e uso protetor solar, fator 50.
Entretanto, há duas semanas, reparei que um sinal que tenho na mão esquerda e que trago vigiado há três ou quatro anos - quando me pareceu ter aumentado de área - tinha adquirido um aspeto pouco recomendável. No centro mudou de cor - para um cinzento azulado - e fiquei em pânico. Era sábado, tínhamos ido almoçar a Setúbal e a meio caminho parei para tirar umas fotos aos ninhos de cegonha e foi quando olhei para a mão. Fiquei impaciente por voltar para casa e, apesar de ser sábado, começámos logo a procurar consultas de dermatologia. Foi difícil encontrar um médico com acordo ADSE. Era tudo para depois de outubro e no público, nem para daqui a seis meses. Naquele sábado, o melhor que conseguimos foi para 8 de outubro. Só na segunda-feira, dia 16, é que a minha Maria conseguiu uma vaga na CUF Cascais Hospital, para hoje, dia 26. É longe (cerca de 50 quilómetros), mas não tem tantos inconvenientes do trânsito da minha zona de residência. E a médica pareceu-me eficiente. É ela que faz as "cirurgias" (acho que é a laser).
Dia 9 de outubro vou tirar estes malvados e esperar pelos resultados da biopsia ao sinal da mão, que tem muito mau aspeto. Tirei fotos, mas não vou colocar aqui. Não é coisa agradável de se ver...

E "prontes", voltei aos meus tempos de criança, quando íamos às festas da terra e um fulano berrava ao microfone:
- Mais uma corrida, mais uma viagem. "Assubam" meninas, "assubam", que o carrossel vai andar. E isto nunca mais pára...

P.S. Dois minutos depois de ter começado a consulta, a médica mandou-me calar e respirar fundo.
- Oh homem, você até me está a deixar com falta de ar. Tanto stress... ele é sempre assim? Não, há dias em que é pior - disse a Maria.
É verdade , às vezes tenho dificuldade em respirar e falar, ao mesmo tempo. E a comer, engasgo-me com as palavras e com as migalhas. eheheh

1 comentário:

  1. Tu queres viver tudo para ontem e depois é assim.
    Vai correr tudo pelo melhor :)

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