segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Tá um frio do c@r@lho

O episódio que venho contar tem pouco a ver com o facto de, nos últimos dias, me sentir a cair da boca aos cães e de nem ter vontade de ligar o computador.
De facto eu já me habituei a ser doente o que, de certo modo, é um alívio. Pelo menos já deixei de lado a ideia de que tenho que me esforçar para morrer saudável e se faço grandes caminhadas e tenho algum cuidado com a alimentação, é porque odeio sentir-me doente. Eu sei que não posso fazer muito para modificar a minha condição de doente crónico, mas uma coisa é ter duas doenças como que em hibernação, outra coisa é adormecer a sentir que estou a morrer e acordar a pensar que já morri e ainda não recebi o aviso, porque os CTT andam sempre a extraviar a correspondência.
Há 11 dias que parti um dente meio partido e nunca mais tive uma hora de descanso. Suponho que seja do antibiótico, não consigo controlar a glicémia. Ontem acordei com 254 e duas horas depois, estava com 82. É caso para dizer: não sei se morra de enfarte, se entre em coma diabético. E não se deixem levar por esta aparente boa disposição, porque eu sou um grande mentiroso e isto é tudo a fingir. O que menos tenho, nesta altura, é boa disposição...
Há dois fins de semanas que não saímos. Não consigo trincar nada e se o antibiótico não resolver o problema, vão-me raspar esta treta, o que significa mais umas semanas com dores e a sopas de café com leite. Uma merda...
Pronto, mas hoje tomei um Brufen 600 e, depois de fazer uma caminhada de 4 quilómetros, apetecia-me ver o mar, mas da minha casa só se veem os aviões lá ao longe, por cima de Lisboa. Para ver água, ou abro a torneira, ou vou de carro até ao mar/rio. E fui. Fui até ao passeio marítimo de Algés, andei um pouco à beira-mar, tirei fotos e andei meio perdido a tentar esquecer a minha desdita. Acabei por ir parar à estação (ou apeadeiro?) da Cruz Quebrada

onde, de repente, se abeira de mim um jovem meio esgrouviado a pedir se não me importava que me fizesse "uma pergunta bizarra". Fiquei a olhar para o gajo de esguelha, pois o local não é muito frequentado e nunca se sabe se ele não puxava de uma faca e me punha as tripas ao sol para me gamar a bolsa e a máquina fotográfica. Mas não. O jovem até me pareceu bem-falante e antes que eu tivesse tempo de emitir a autorização, o tipo pergunta:
- O que é que acha do meu aspeto? É que acabei de ser abordado por uma pessoa que falou como se eu tivesse um aspeto estranho... o que é que acha?
- Estranho? Naaa! Vá descansado porque, tirando o facto de estar um frio do c@r@lho e você andar de calções e chinelos, não lhe noto nada, nada, nada de estranho.
"Prontes", eu andei todo o dia assim, mas ele era jovem e os jovens não têm frio. 😇


3 comentários:

  1. Oh, que chatice, o dentro está a dar-te que fazer. As melhoras!
    Estranho não, mas contra o tempo talvez ahahah

    r: É daquelas cidades que nos aconchegam mal chegamos. Talvez por isso goste sempre de ir a Tomar, porque continua a ter esse ar leve, jovem, agradável, mas com imensa história.
    Almocei várias vezes n' A Bela Vista :)
    Quando voltar lá, também será para visitar o Convento de Cristo

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  2. Tu andas a tomar Brufen, o rapaz deve tomar outras cenas, só pode!

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    1. Tinha o ar intelectual de quem se mete na "branquinha". eheheh

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