quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Ser controlador não é defeito: é feitio.


Dizem-me, cá em casa, que sou muito controlador. Eu penso que sou só zelador, mas elas insistem que sou controlador. Demasiado controlador.
Pronto, seja feita a vontade delas. Ser controlador nem é assim um defeito muito grande e tem algumas vantagens.
Por exemplo: nunca me falta nem sobra um cêntimo na conta bancária, que eu não dê logo por isso. As despesas e os rendimentos são tratados, minuciosamente, numa folha de cálculo. A folha de cálculo diz-me a média do consumo dos carros o que me permite detetar se existem avarias ou desafinações que não se veem a olho nu.
“Ela” detesta conduzir comigo ao lado, porque noto todas as aselhices, mesmo aquelas que ninguém dá conta.
Noto todos os barulhos “estranhos” no carro. Já fui à oficina diversas vezes queixar-me de avarias em que os mecânicos não querem acreditar, mas depois têm que dar o braço a torcer. Mas os barulhos que eu ouço mais vezes, são as ferragens da mala dela a vibrar contra o forro da porta lol. É irritante.
Não sei dizer, com total exatidão, quanto costumo gastar de água e de eletricidade, mas ando lá perto e se houver uma alteração, dou logo por ela.
Nós temos uma pequena casa numa aldeia perto de Lisboa. Dantes passávamos lá a maior parte dos fins de semana, mas desde que fizemos umas obras que não correram como eu queria, fomos deixando de lá ir e quando vamos, é de passagem, para ver se não se instalou lá alguma família cigana eheheh. As nossas contas da água e da eletricidade, tanto as da aldeia com as de Lisboa, são pagas por débito direto, mas eu não me limito a receber e arquivar as faturas em PDF, que me chegam por e-mail. Aliás, na minha folha de cálculo, feita no início de cada ano, todas as despesas fixas são feitas por estimativa, com base no ano anterior, mais a taxa de inflação e corrigidas depois de receber as primeiras faturas. De modo que sei com algum rigor o que me espera em cada mês e permite-me detetar algum desvio.
Ora foi exatamente isso que me aconteceu hoje. Recebi a fatura da água da casa da aldeia e notei que havia um consumo exagerado. Como já lá não vamos há mais de seis meses e quando vamos não gastamos água, a seguir ao almoço meti-me no carro e fui ver o que se passava.
Tinha uma torneira avariada. Como os serviços municipalizados só fazem a contagem três ou quatro vezes por ano, perderam-se quatro metros cúbicos de água entre as duas últimas contagens.
Se eu não fosse controlador, podiam passar muitos meses até que desse conta da avaria e o problema, segundo constatei, tinha tendência a agravar-se.

P.S. Uma torneira das que colocaram nas tais obras que me deixaram com vontade de ir ao Cabo da Roca e jogar as chaves ao mar.

5 comentários:

  1. Aqui em casa a gestora financeira sou eu... eu pago contas, controlo dinheiro, faço listas de supermercado, sei o que podemos ou não comprar... mas oh meu amigo, nos carros manda ele. Tem ouvido supersónico para barulhos dos carros!!

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  2. Ser controlador, neste caso, deu muito jeito :)

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  3. O quê? credo, eu já não tenho cabeça para isso :)
    Anda vai lá pagar a tal ,lol

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  4. Precisava de ti cá em casa que isto anda tudo sem rei nem roque :))

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