quarta-feira, 20 de junho de 2018

Um paquiderme feliz

Eu sou um grande apreciador e defensor da vida animal. No entanto há espécies pelas quais não nutro muita simpatia. Entre elas estão os paquidermes. Confesso que o único paquiderme a quem achava alguma piada, era o "Benjamim", elefante do zoo que, quando eu vim para Lisboa, tocava uma sineta a troco de uma moeda de 25 tostões e um molho de erva. Aos outros paquidermes, incluindo o Manuel Serrão (em quem não desperdiçava um fardo de palha), não acho grande piada, mesmo quando ele se ri à gargalhada das sua próprias piadas sem piada nenhuma.

O canal "Q" é daqueles canais incluídos na grelha de canais da NOS onde só vou naquelas noites em que adormeço com o comando na mão e ele me leva para onde quer. Ontem foi uma dessas noites em que acordei já de madrugada com uma entrevista a um paquiderme do Porto chamado Manuel Serrão e que aqui tomo a liberdade de rebatizar de "Paquiderme Serrão". Entrevista que só me despertou da letargia em que tinha ficado a seguir ao jantar, quando o entrevistador perguntou ao Paquiderme Serrão se tinha ficado mais feliz com os 2 a 1 frente ao Bayern, que deram a primeira Taça dos Campeões Europeus ao FCP, ou com os 7 a 1 sofridos pelo Benfica, num jogo frente ao Celta de Vigo. Foi então que o Paquiderme Serrão resolveu engendrar um novo conceito de felicidade em que um paquiderme deve ficar mais feliz com as coisas menos prováveis e, assim sendo, como está tão habituado às vitórias do FCP, não tem dúvidas de que ficou muito mais feliz com a derrota improvável do Benfica por 7 a 1 (ainda que isso não lhe tivesse trazido nenhum provento), do que com os 2 a 1 que deram ao FCP a sua primeira taça europeia.

Ou seja: do ponto de vista do Paquiderme Serrão, um Benfiquista deve atingir a felicidade suprema com a hipótese pouco provável de um avião com a equipa do FCP e o Paquiderme Serrão a bordo, se despenhar numa zona remota dos Alpes, relegando para segundo plano as duas Taças dos Campeões Europeus conquistadas na década de sessenta.

E esteve um ilustre doutor a "abanar a cama", para fazer uma besta destas...

2 comentários:

  1. Há coisas que o Serrão diz que são muito acertadas, principalmente quando não tem medo de tocar na ferida. No entanto, há outras em que o ouço e penso que calado era um poeta.

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  2. Do Serrão não sei que não vejo, mas esse tal de elefante que tocava a sineta no jardim zoológico ainda existe? Lembro-me de o ver numa excursão ao zoo na escola primária, v~e lá bem que já foi há séculos, provavelmente já morreu coitado.

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