segunda-feira, 18 de maio de 2020

Um dia ainda vou adivinhar os números do Euromilhões

Ontem, depois de estar meia hora ao telefone a tentar explicar à filha porque é que a desconfinação é uma merda que não cabe na cabeça de ninguém e o setor da restauração, muito importante para a nossa economia baseada no turismo, não consegue sobreviver assim, eis que a SIC Notícias fez um debate sobre o assunto onde um dos problemas mais focados, foi a restauração.
Como eu tinha acabado de dizer à rapariga, não passa pela cabeça de ninguém que um restaurante com capacidade para servir 150 refeições passe a servir entre 30/40, tenha qualquer hipótese de sobreviver. Agora está tudo feliz por poder ganhar uns trocos e pagar a renda, mas é sol de pouca dura.
Dizia ela: então vamos ter que sobreviver sem restaurantes.
Ok, há países onde isso não será um grande problema, mas em Portugal o turismo tem imenso peso na economia e sem economia, o Estado não vai conseguir continuar a gastar 1000 milhões de Euros por mês, para suportar as empresas em dificuldade. Isto é um circulo vicioso onde a atividade económica gera impostos e com os impostos o Estado mantém a máquina a funcionar e quando a máquina funciona, criam-se mais empresas e há mais emprego e mais impostos. Portanto, nós, cidadãos, até podemos viver sem restaurantes, mas uma economia como a nossa não se muda em dois meses e, mesmo sem voos que tragam turistas estrangeiros, existe o turismo caseiro que tem cada vez mais peso no setor. Há dois anos estive em Armação de Pera, que não é uma zona das mais frequentadas pelo turismo estrangeiro e os restaurantes estavam cheios, com portugueses aos gritos por todo o lado eheheh.
Resumindo (antes que abale tudo à procura de blogs de moda e beleza): nós podemos viver sem restaurantes, mas os restaurantes não podem viver sem nós e sem restaurantes o turismo deixa de ser uma importante fonte de receita para as finanças. Logo, o circulo não se completa e nós, cidadãos, também vamos "comer por tabela". Isto está tudo ligado, como dizia a PIDE.
Assim, resta-nos morrer ou acabarmos o ano a pedir esmola, o que seria muito difícil, pois com a maior parte da população numa situação de pobreza, íamos pedir a quem?
À Quinta da Marinha não vale a pena ir, porque aquela malta só gosta de "sacar" e não dá nada a ninguém.
Adeus e lavem as "mões".

P.S. acabei de fazer a solução de água e lixívia que a senhora Diretora Geral aconselhou (3 colheres de chá de lixívia para 1 litro de água) para desinfetar superfícies e também desinfetei as compras. Não morremos do vírus, morremos envenenados...

1 comentário:

  1. Se os restaurantes dependessem de mim, já teriam ido à falência, mas a verdade é que a restauração será dos setores mais afetados. Até porque não sei até que pontos as pessoas se vão sentir seguras para irem comer fora.
    Estamos com um belo bico d' obra :/

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