terça-feira, 21 de abril de 2020

Puta que pariu

A única vez, em 46 anos de democracia, que os líderes dos principais partidos assumem, com alguma dignidade, uma postura patriótica em relação a um problema grave que afeta o país e o mundo, há um setor da sociedade que continua a discutir a pandemia do mesmo modo que estavam habituados a discutir o penalti mal assinalado, ou o fora de jogo por três centímetros.
É pena que o patriotismo pacóvio de alguns portugueses se esgote no cachecol enrolado ao pescoço ou na bandeira portuguesa colocada nas janelas quando a seleção de futebol ganha um jogo ao mija na escada da Europa. Quando a Nação precisa do apoio de todos nós, eles continuam a discutir "pintelhos" e a fazerem a contabilidade de vão de escada ao número de mortos da sua freguesia, incitados pelos discursos incendiários dos autarcas medíocres que gerem as autarquias como os merceeiros do tempo dos nossos avós. Uns incapazes que, ao longo de décadas, têm colocado as autarquias no topo dos locais mais corruptos, mas que passam a vida em bicos de pés, como se tivessem a solução para um problema tão complexo para o qual nem as economias mais fortes do Planeta conseguem encontrar uma saída limpa e sem mortes a lamentar.
Puta que pariu.

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